Catalão é um município brasileiro do estado de Goiás. Localiza-se à latitude 18° 9' 57" sul e à longitude 47° 56' 47" oeste e à altitude de 835 metros. Sua população segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2022, é de 114 427 habitantes e seu PIB recenseado em 2021 é de mais de 9,92 bilhões de reais [6] e o coloca como a terceira maior economia de Goiás naquele ano. Possui área de aproximadamente 3778 km². Também dá nome ao distrito sede do município (os outros dois são Pires Belo e Santo Antônio do Rio Verde) e a uma microrregião do Estado de Goiás, formada pelos municípios de Catalão, Ipameri, Ouvidor, Três Ranchos, Davinópolis, Goiandira, Cumari, Nova Aurora, Anhanguera e Corumbaíba.
Etimologia
A origem histórica da cidade de Catalão passa atualmente por estudos visando descobrir realmente suas origens, pois existe uma corrente tradicional e outra que traz nova configuração sobre este ponto. Assim, tradicionalmente, Catalão originou-se da penetração das entradas e bandeiras, organizadas em comitivas compostas por homens de armas, cavaleiros e padres, que adentravam pelos sertões para a captura de mão-de-obra indígena a ser escravizada e em busca de riquezas minerais. A penetração pelos sertões Goianos efetivou-se nas primeiras décadas do século XVIII, de onde se tinha notícia da existência dos índios GUAYAZ e de terras ricas em minérios, principalmente o ouro. E é assim que se inicia, em território Goiano, o extermínio físico e cultural do grande povo indígena. A bandeira comandada por Bartolomeu Bueno da Silva, filho de bandeirante cognominado pelos índios de "Anhanguera", atravessou o Rio Paranaíba, onde abriu o Porto Velho (atual Porto do Lalau ), deixando um barco na margem direita do Ribeirão Ouvidor, assinalando sua passagem e continuando sua viagem pelos sertões goianos. Nas imediações de Catalão, permaneceu um dos capelões da comitiva, Frei Antônio, espanhol natural da Catalunha apelidado de "O Catalão" que, juntamente com três companheiros, resolveu criar um ponto de pouso nas proximidades do Córrego do Almoço, tendo em vista a qualidade do solo e a amenidade do clima e, principalmente, a necessidade de reabastecer a bandeira quando do retorno.
Dados históricos demonstram a probabilidade da existência do povoado de Catalão a partir de 1728, tendo figurado como ponto de passagem de todas as bandeiras que penetravam pelo sertão Goiano.
Em 1736, para cumprimento de ordens reais, veio ao território goiano D. Antônio Luiz da Távora, Conde Sarzedas e Governador da Capitania de São Paulo, a qual o atual estado de GOIÁS pertencia. Assim por meio de registros da época, fica comprovada a existência do povoado de Catalão.
Catalão é feito do encontro de dois morros.
História
Período pré-Colombiano
Não se conhece ao certo há quanto tempo iniciou-se a ocupação humana nas terras do atual município de Catalão. Sabe-se, contudo, que a região onde se situa o mesmo era habitada por dois grupos de indígenas no início do século XVIII : nas áreas atualmente correspondentes aos distritos de Catalão e Pires Belo, habitavam os Caiapó, muito provavelmente os mesmos que são hoje conhecidos como Panará e que atualmente habitam o Mato Grosso. Esses indígenas eram seminômades e é de se supor que conheciam a agricultura da abóbora, mandioca, milho e amendoim, pelo menos.
Já na região do atual distrito de Santo Antônio do Rio Verde não é certo que viviam os caiapós do sul, tendo sido aventada a possibilidade de haverem vivido nesta área um grupo genericamente conhecido como carijós,[7] que foram mais tarde levados pelos portugueses para uma redução (local onde os colonizadores reuniam os índios para catequizá-los) nos atuais municípios de Vazante, Paracatu ou Guarda-Mor. Há também a hipótese que afirma que os índios da chapada divisora das bacias do Paranaíba e São Francisco (como é o caso do Chapadão de Catalão) pudessem ser os Araxás[8][9] ou mesmo os Cariris,[10] se bem que a região estivesse próxima a aldeia de Itapiraçaba, dos índios caiapó do sul.[11] Seja como for, o certo é que, ao contrário das áreas planálticas e repletas de veredas férteis do oeste e sul do município, sabida e longevamente ocupadas por caiapós do sul, a região da chapada, no nordeste do município, deveriam ser áreas de passagens para várias tribos, até por que, não apresentavam condição de cultivo para tribos sedentárias, embora fossem muito provavelmente fartas em animais para pesca e sobretudo, caça, dadas estas mesmas condições.
Período colonial
Embora desde 1580 expedições portuguesas tenham visitado as terras que hoje correspondem a Goiás, a referência histórica mais antiga sobre a ocupação do atual território catalano refere-se ao ano de 1728, e pode ser encontrada na obra História de Goiás em Documentos, cuidado para não se confundir com Catalão (Espanha), de autoria do filósofo e historiador hispano-brasileiro Luis Palacín Rodríguez. Neste texto há relatos da época sobre a existência de um certo sítio do Catalão, sendo que este era supostamente um clérigo originário da Catalunha que acompanhou o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, em sua bandeira e que possivelmente deveria estar, já por esta data, residindo na área que daria origem ao município, portanto, desde 1722, já que foi neste ano que a referida bandeira entrou nas terras que viriam a ser Goiás. Como em 1736, Dom António Luís de Távora, filho do primeiro conde de Alvor e esposo da quarta Condessa de Sarzedas, para cumprimento de ordens reais, veio ao território goiano e mencionou a existência do dito sítio, fica bastante evidente a existência de povoamento em Catalão.
A segunda referência histórica mais antiga sobre o "Sítio de Catalão" foi escrita pelo primeiro historiador de Goiás, o padre Luís Antônio da Silva e Souza, em seu texto O descobrimento da Capitania de Goyaz, em 1812. Ele discorre sobre o assassinato do capitão de uma companhia militar que veio de Minas Gerais, após ter tido uma desavença com o Domingo Rodrigues do Padro, genro de Bartolomeu Bueno da Silva, O Anhanguera filho. Isso deve ter ocorrido entre 1732 e 1736. [12][13]
É relevante destacar que a expressão "sítio", à época, tinha um significado bem mais amplo, remetendo de maneira mais conforme à expressão latina situ, que a originou. Neste sentido, sítio era mais que uma propriedade, era um lugar habitado. De toda forma, no sítio do Catalão conta-se haver estabelecido um certo clérigo de origem catalã, o qual, muito provavelmente em companhia de outras pessoas, produzia víveres para os bandeirantes que iam para as minas de ouro mais ao centro da então capitania de Goiás. Era Catalão, então, centro de abastecimento das bandeiras e da gente que viria a ocupar Goiás. Desta forma, Catalão é um dos únicos municípios de Goiás, além de Formosa (Arraial dos Couros - 1749) cuja povoação iniciou-se antes de 1800 que não surgiu em função da existência de ouro.
Em 1810, um fazendeiro chamado Antônio Manuel cedeu um lote de suas terras para a construção da igreja de Nossa Senhora Mãe de Deus. Este foi movido não só pela devoção, mas também pelo interesse de atrair moradores para a região e valorizar suas terras. Nesta igreja começaram a celebrar festas religiosas; surgem então ao redor da igreja armazéns e vendas, dando início a um comércio e, com isso, um povoado, que posteriormente se torna arraial, vila e cidade.
Período imperial

Em 1824 o arraial de Catalão tinha dezoito casas e uma igreja ou capela, segundo estatística feita neste ano pelo brigadeiro Cunha Matos. Todavia, a pequena urbe deveria ser maior, já que por "casa" se entendia apenas as construções de alvenaria, se ignorando os "ranchos", feitos de pau-a-pique e recobertos por folhas de coqueiros, em especial o babaçu. Em 1828, já havia um povoado na região com o nome de sempre. Este povoado, em 1833, foi elevado à condição de município e, sua sede, à de vila, desmembrando-se de Santa Cruz. Na década de 1830, era conhecida por ser uma região próspera, mas também era muito violenta. A violência não era por disputa de terras nem crimes e sim pelas disputas pessoais ou decorrentes de crimes passionais.
No ano de 1850, Catalão tornou-se sede da Comarca do Rio Paranaíba, a qual abrangia também os atuais municípios de Ipameri e Corumbaíba,[13] deve se destacar que por volta dessa época, o município fazia parte de duas rotas comerciais que vinham da Corte para o Estado de Goiás, uma provindo de Uberaba e outra de Araxá. Em 20 de agosto de 1859, a vila tornou-se cidade e, em 1868, foi criado o primeiro mercado público no município.[14] Panoramas do que era a vida em Catalão em meados do século XIX podem ser encontrados na obra de Bernardo Guimarães, O Índio Afonso[15][16]
Em fins do século XIX, possuía de 190 a 200 casas e pouco mais de mil habitantes. Em 1892, figurava em quarto lugar em arrecadação do Estado; com a aproximação da estrada de ferro, nesta década, pelo Triângulo Mineiro, chegando até o município de Araguari (Minas Gerais), passou para primeiro lugar. O coronelismo já havia adquirido forma definida no começo da década de 1860. Era a época do domínio do coronel Roque Alves Azevedo, que contava com o apoio unânime da Câmara Municipal. Não se sabe nem como nem quando, o coronel Roque deixou de ser chefe político, mas por volta dos fins de 1860 começa a ascensão de Antônio Paranhos à condição de líder máximo da comunidade; também nesta década, foi juiz em Catalão Bernardo Guimarães, o qual inclusive publicou em uma de suas obras (O Ermitão de Muquém) a história de personagens baseados em tipos humanos que ele viu na comarca.
É importante destacar que o município de Catalão era, já na década de 1880 o mais populoso do Estado de Goiás (posto que a cidade só alcançaria no censo de 1920), o que de certa forma reflete o dinamismo econômico do mesmo. Todavia, é lícito recordar que, ao município de Catalão correspondiam todos os municípios que atualmente estão na região do mesmo nome, além de Urutaí, embora essa observação também valha para os demais municípios de Goiás por esta época, visto que todos eles sofreram desmembramento, sendo a esta época, pois, bastante maiores que atualmente.
Período republicano
Nos primeiro anos do século XX, Catalão era fornecedora de gado e charque para as regiões produtoras de café. Na década de 1910, com a chegada da ferrovia, o município, que passara a vender também arroz e feijão para as regiões cafeicultoras e se torna o mais rico município do Estado de Goiás, além do mais populoso do Centro-Oeste, com 34.524 habitantes.[17] Todavia, a transferência da capital estadual para Goiânia, urdida por Pedro Ludovico Teixeira na década de 1930; a transferência da capital nacional para Brasília, na década de 1960 e a modernização da economia de Uberlândia, nas décadas de 1970 e 1980, por deslocarem o centro econômico da região, fizeram a importância do município declinar sensivelmente. Somente a descoberta e posterior exploração de minérios no Domo Ultramáfico Alcalino de Catalão I e no Domo Ultramáfico Alcalino de Catalão II, em especial nióbio e fosfato, dão novo alento à economia catalana que volta a se desenvolver. Nova crise surge no começo da década de 1990, com a privatização da Goiasfértil (hoje Fosfertil) pelo governo federal e a perda de competitividade do fosfato nacional. No entanto, a forte industrialização do município, motivada por políticas estaduais de incentivos fiscal, a partir da segunda metade da década de 1990, torna a economia catalana, em 2005, a terceira mais importante de Goiás, conquistando um lugar importante, sendo apenas a 16° mais populoso do estado.
Culturalmente o município também renasce, com a valorização por parte da mídia das Congadas, a reforma de patrimônios históricos, como a Igreja de São João, a construção de museus, bibliotecas e de um centro cultural. No campo da educação, o município, que fora o primeiro do interior a contar com uma escola regular e o primeiro do Estado a ter uma escola pública, torna-se na década de 1980 o primeiro do interior a contar com um campus da Universidade Federal de Goiás;[18] na mesma década, instala-se o ensino profissional, com unidades de ensino do SENAC e do Senai, co-responsáveis pelo alto índice de qualificação profissional do município. Em meados da década de 2000, bem servida por hospitais, escolas, universidades, transportes, telecomunicações e com uma das economias mais fortes do Estado de Goiás,[19] estando entre os primeiros nos setores industrial,[20] agro-pecuarista, comercial[21] e de extração mineral,[22] além de ter sua cultura e tradições nacionalmente reconhecidas,[23] e políticas de integração social, cultural e tecnológica, Catalão se consolida como um dos mais importantes municípios goianos. Com cerca de 23 km² de área urbanizada[24] o município é considerada um centro urbano regional isolado de nível 3 pelo IBGE.
Geografia
O município de Catalão encontra-se a sudeste do estado de Goiás, numa área com duas formas de relevo distintas: os planaltos ondulados, do tipo mares de morro do oeste e uma área de chapada, mais plana e mais alta, a nordeste. As altitudes variam entre 650 e 1.200 metros. O relevo é bastante compartimentado, com depressões nos vales dos rios São Marcos e Paranaíbas, uma chapada a nordeste e mares de morro no restante do município. A despeito de pequenas áreas onde há remanescentes de mata atlântica, o domínio morfoclimático típico é o dos Cerrados.
O embasamento rochoso é do Complexo Araxá, com rochas entre 650 milhões e um bilhão de anos, com farto predomínio de rochas cristalinas, em especial metamórficas, como xistos e gnaisses, além de quartzos os mais diversos. Há dois complexos ultramáficos no município: Catalão I e Catalão II. Neles há importantes jazidas de nióbio, fosfato (exploradas), titânio, vermiculita e terras raras.

O município de Catalão encontra-se quase que exclusivamente no complexo dos cerrados: vegetação de cerrado típico, campo cerrado, cerradão, veredas, além de manchas eventuais de mata atlântica. Os animais são em sua maioria aqueles dos cerrados, com alguns tipos comuns em áreas de mata atlântica, incluindo animais quase extintos em Goiás, como a anta e a piracanjuba. Em relação ao sítio urbano, seja em função da relativamente abundante presença de praças, parques, bosques e reservas, seja por que muitas das casas contam com quintais arborizados com árvores frutíferas, o que garante alimento constante e diverso, no sítio urbano de Catalão há um abundante número de espécies e espécimes de animais. Entre estes, dominam os pássaros, sobretudo passeriformes, psitaciformes e estrigiformes, mas também aves mais raras, como urutaus, tucanos e canários da terra. Todavia há também inúmeras variedades de peixes, répteis e até mamíferos, alguns bastante incomuns para um sítio urbano, encontrados nos bosques, como macacos, saguis, pacas, tamanduás, capivaras e lontras, dentre outros.
Os principais rios que cortam o município são os rios Paranaíba, São Marcos, Veríssimo e São Bento. Além destes há um sem número de cursos d'água de menor monta, merecendo algum destaque o ribeirão Pirapitinga, que corta o sítio urbano e o ribeirão da Custódia, que atravessa importante região agrícola.
Relevo
O município de Catalão possui duas paisagens geomorfológicas distintas: a nordeste do Rio São Marcos, uma área plana de chapada, com altitudes oscilando em torno dos 1.000 metros e ao sul desta, escarpas e mares de morro ; a oeste do referido rio, áreas mais acidentadas, entremeadas por pequenos vales fluviais chamados veredas, com altitude oscilando em torno dos 800 metros. Finalmente, as porções mais baixas do território encontram-se na parte meridional do mesmo, nas margens do rio Paranaíba, cercania dos povoados de Pedra Branca e Olhos d'Água, onde as altitudes estão próximas dos 650 metros e o relevo é suave. Indo destes vales para as direções norte e leste, começam os domínios de mares de morro, os quais predominam largamente no município; neles, as altitudes aumentam paulatinamente, chegando a estar entre 800 e 900 metros na região do município de Catalão e a mais de 1.200 metros, seguindo rumo ao norte.
Finalmente, na porção nordeste do município, ocupando cerca de 100 mil hectares, se encontra o Chapadão de Catalão, que se prolonga pelo Estado de Minas Gerais, quase todo acima da cota dos mil metros de altitude. É uma área de relevo bastante plano, com baixa declividade e solos profundos, cercado por áreas bastante escarpadas ao sul e pelos rios Paranaíba, a leste, e São Marcos, a oeste. Em relação ao sítio urbano, ocorrem três formas de relevo básicas: morros, pequenos vales e áreas planas elevadas. Os morros do município são três: o de São João é o mais alto e no alto do qual existe a Igreja de São João, construção de relevante interesse turístico; Três Cruzes, no alto do qual situa-se o centro cultural e Santo Antônio, o mais baixo dos três e que tem em seu cume, a igreja de Santo Antônio, que também tem interesse histórico. Entre estes morros há um sem número de vales e baixadas, entrecortados por córregos como os do Almoço e do Pirapitinga. Finalmente, ao norte do sítio urbano, há uma área plana e alta, com altitude de cerca de 900 metros, que é para onde o sítio urbano mais está se expandindo.
Solo e uso
Devido a sua grande extensão, no município de Catalão há, classificados pelo IBGE[25] 10 paisagens pedológicas. Nestas 10 paisagens, há 4 tipos de solo dominantes: na porção oriental temos três domínios pedológicos: na área da Chapada de Catalão predominam largamente os latossolos vermelho-amarelos eutróficos; um pouco mais ao sul, na área de cuestas e escarpas que envolvem a porção meridional da Chapada, temos a presença dominante dos neossolos litólicos (litossolos) e ao sul, no sudeste do município, há uma paisagem pedológica onde predominam largamente os latossolos vermelhos eutróficos.
Caminhando rumo a oeste, em toda a porção central do município de Catalão, há uma área de predomínio de cambissolos háplicos, em associação com vários tipos de latossolos, inclusive com uma pequena porção em que estes, na sua apresentação vermelho amarelo distrófica. Por fim, na porção ocidental do município, predominam os argissolos, em várias apresentações, em geral vermelho-amarelos.
Acompanhando os tipos pedológicos, o uso da terra também varia bastante: assim, na porção oriental, nas áreas de latossolos vermelho-amarelos eutróficos da Chapada, domina o cultivo de grãos (soja, milho, trigo, feijão); nas áreas de litossolos não há qualquer atividade agropecuária e nas áreas de latossolos vermelhos do sudeste catalano, predomina a pecuária de corte. Na porção central, onde dominam os cambissolos, predominam a agropecuária familiar, com pequenas lavouras e áreas de pecuária leiteira, a qual domina o uso da terra na porção ocidental, área de predomínio dos argissolos.
Sítio urbano
O sítio urbano localiza-se nas cabeceiras do Ribeirão Pirapitinga, um pequeno afluente do rio Paranaíba, que deságua próximo do município de Anhanguera. Situa-se em altitudes que vão de cerca de 800 metros, nos arredores do ribeirão Pirapitinga e do córrego do Almoço, até mais de 900 metros, próximo aos três morros do município (São João, Santo Antônio e Três Cruzes) e das áreas elevadas e planas do norte do município.
O município é bem servido de praças e lagos artificiais, construídos para amenizar a baixa umidade do ar no inverno local (quase sempre entre 20% e 30%) e servir de áreas de lazer. Conta com um pequeno bosque, no setor das Mansões; uma pequena área de vegetação hidrófila de Cerrados, no alto curso do ribeirão Pirapitinga; uma reserva biológica de Mata Atlântica, no setor Universitário e; uma grande área de cerrados, no chamado "Pasto do Pedrinho", área de propriedade da municipalidade onde se planeja a construção de um parque zoobotânico. No alto curso do córrego do Almoço há ainda charcos e bosques de buritis, mas em áreas privadas.
Todavia, em função sobretudo do fato de ter já quase 300 anos e ter crescido na forma de "surtos" de desenvolvimento, bem como do número de veículos (mais de 60.000[26]), bastante significativo para um município de 90.004 habitantes e das muitas vias estreitas e subdimensionadas, o tráfego no sítio urbano chega a ser bastante confuso, sobretudo nas vias de maior circulação. Outro ponto negativo são as queimadas, feitas ilegalmente nas áreas baldias e que acontecem justamente no inverno, quando o ar é mais seco, o que causa um significativo índice de pessoas com problemas respiratórios nesta época do ano.[27]
Clima
O clima do município é o tropical de altitude, com duas estações bem definidas: uma chuvosa, que vai de outubro a abril, e outra seca, de maio a setembro. A pluviosidade média é de aproximadamente 1 400 mm, calculada a partir de dados da estação meteorológica convencional do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) na cidade,[28] localizada na Avenida Ricardo Paranhos, em operação desde 1913 e reconhecida como centenária pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em maio de 2023.[29] Desde 1931 a menor temperatura registrada na estação foi de 0,2 °C em 2 de junho de 1933[30] e a maior atingiu 40,1 °C em 7 de outubro de 2020.[31][32]
O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou a 153 milímetros (mm) em 29 de janeiro de 2020, superando o antigo recorde de 132,4 mm em 26 de janeiro de 1970. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram: 120,5 mm em 22 de dezembro de 1945, 116,9 mm em 20 de dezembro de 1963, 116,6 mm em 20 de janeiro de 1937, 111,7 mm em 11 de janeiro de 1964, 109 mm em 1 de fevereiro de 1945, 107,8 mm em 15 de janeiro de 2021, 107,6 mm em 11 de novembro de 1956, 106,9 mm em 13 de janeiro de 1966, 104,6 mm em 2 de março de 2013, 104,5 mm em 27 de dezembro de 1986 e 100,2 mm em 29 de janeiro de 1985.[30][31][32]
[Esconder]Dados climatológicos para Catalão (OMM: 83526) | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 35,6 | 36,6 | 35,2 | 33,6 | 32,2 | 31,8 | 32,3 | 36,4 | 39,7 | 40,1 | 35,8 | 36,8 | 40,1 |
Temperatura máxima média (°C) | 29,5 | 29,8 | 29,6 | 29,2 | 27,8 | 27,4 | 27,8 | 29,8 | 31,4 | 31,4 | 29,6 | 29,5 | 29,4 |
Temperatura média compensada (°C) | 24,1 | 24,2 | 24 | 23,4 | 21,5 | 20,6 | 20,7 | 22,5 | 24,5 | 25,1 | 24 | 24 | 23,2 |
Temperatura mínima média (°C) | 20 | 20 | 19,8 | 18,9 | 16,5 | 15,3 | 15,1 | 16,5 | 18,7 | 20 | 19,7 | 19,9 | 18,4 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 11,4 | 12,4 | 12,7 | 8,3 | 4,2 | 0,2 | 2,3 | 4,4 | 2,4 | 10,6 | 11,8 | 13,6 | 0,2 |
Precipitação (mm) | 272 | 217,9 | 212,7 | 77,6 | 28,5 | 11,2 | 4 | 8,5 | 36,7 | 99,7 | 188,6 | 250,9 | 1 408,3 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 17 | 14 | 14 | 7 | 3 | 1 | 1 | 1 | 4 | 9 | 14 | 18 | 103 |
Umidade relativa compensada (%) | 79,4 | 78,9 | 78,7 | 74,5 | 69,9 | 64,7 | 57,3 | 48,7 | 50,8 | 62,4 | 74,2 | 78,6 | 68,2 |
Horas de sol | 157 | 170,2 | 183,8 | 219,3 | 238,7 | 247 | 259 | 262,5 | 213,8 | 207 | 172 | 148,3 | 2 478,6 |
Fonte: INMET (normal climatológica de 1991-2020; horas de sol: 1981-2010;[28] recordes de temperatura: 1931-presente)[30][31][32] |
Estrutura administrativa e demográfica
Catalão conta com dois principais e importantes prédios administrativos: o Palácio Pirapitinga (local do poder executivo) e a Câmara Municipal de vereadores (local do poder legislativo) que conta atualmente com 17 parlamentares. O município de Catalão é dividido em três distritos: Catalão, que é o distrito sede, Pires Belo e Santo Antônio do Rio Verde. Há também dois povoados que estiveram quase extintos: Pedra Branca e Olhos D'Água. Todavia, estes apresentam atualmente possibilidade de fugir ao topocídio, já que vêm sendo construídos no local muitos ranchos para pescaria. Em relação à população rural, há três situações distintas: no Chapadão de Catalão, onde predomina a agricultura extensiva, a densidade demográfica é menor e a concentração fundiária, significativa; no sudeste do município, ainda no distrito de Santo Antônio do Rio Verde, predominam propriedades de médio e grande porte e pecuária de corte e; na porção ocidental do município, em áreas dos distritos de Catalão e Pires Belo, predominam a agropecuária familiar. Nesta porção do território catalano a densidade demográfica é maior e a concentração fundiária, menor.