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Senhor do Bonfim (Bahia)

 




História

Um dos primeiros exploradores a visitar a região do município de Senhor do Bonfim, a qual teve como habitantes originais os indígenas cariris, foi Robério Dias, no início do século XVII. Foi ele quem nomeou a Serra da Maravilha, localizada no território municipal.[8]

Nos séculos XVII e XVIII, o atual território municipal estava localizado na rota de aventureiros que se dirigiam a Jacobina, tropeiros e vaqueiros, sendo um ponto de parada para eles, muitos dos quais acabaram se fixando nessa região, atraídos pelo clima bom e terras férteis. O povoado que hoje é a sede municipal de Senhor do Bonfim se formou no final do século XVII, a partir de uma rancharia que servia de pouso àqueles que transitavam pela região, e estava localizada nas margens de uma lagoa, hoje drenada.[9][10][11]

Em 1697, padres franciscanos criaram, em terras hoje pertencentes ao município de Senhor do Bonfim, a missão de Nossa Senhora das Neves do Sahy, para catequizar os indígenas cariris. Em 1720, foi criada a vila de Santo Antônio de Jacobina e essa missão religiosa foi escolhida para ser sua sede, mas, quatro anos depois, em 1724, a sede da vila foi transferida para a atual sede de Jacobina.[8][9][10][11]

A atual cidade de Senhor do Bonfim foi denominada, em 1750, de Arraial do Senhor do Bonfim da Tapera, em um período em que estava em pleno desenvolvimento, devido à agropecuária.[10][11]

Atendendo a um pedido da população local, uma Carta Régia de 1° de julho de 1797 elevou o Arraial do Senhor do Bonfim da Tapera à categoria de vila, com o nome de Vila Nova da Rainha, sendo desmembrada da vila de Jacobina e instalada em 1° de outubro de 1799.[10][11]

Por meio da Lei Provincial n° 2.499, de 28 de maio de 1885, a Vila Nova da Rainha foi elevada à categoria de cidade, recebendo o nome de Bonfim.[10][11]

No início de 1889, Bonfim foi visitada pelo Conde D’Eu, sendo recebido sem entusiasmo pela população. Ainda nesse mesmo ano, com a Proclamação da República, Bonfim foi o primeiro município da Bahia a aderir à nova forma de governo.[10]

A Lei Estadual n° 1.905, de 6 de agosto de 1926, desmembrou de Bonfim e elevou à categoria de município o distrito de Jaguarari, criado em 1893.[10][11]

Por meio do decreto-lei estadual n° 141, de 31 de dezembro de 1943, ratificado pelo Decreto Estadual nº 12978, de 1° de junho de 1944, o município de Bonfim passou a se denominar Senhor do Bonfim. Nesse momento, a municipalidade era constituída pelos distritos da sede e de Carrapichel, criado em 1933. Posteriormente, a Lei Estadual n° 628, de 30 de dezembro de 1953, elevou os povoados bonfinenses de IgaraTijuaçu e Andorinha à categoria de distrito.[10][11]

Na década de 1970, a economia municipal, que era baseada na pecuária e nas culturas de feijãomandiocamilhomamonaouricuri e sisal, ganhou novas fontes e progrediu, com a expansão do comércio e a instalação de usinas de beneficiamento do leite, sisal, ouricuri e mamona. Nos anos 1980, devido à introdução de produtos e fibras sintéticas, as produções de mamona, sisal e ouricuri entraram em declínio e as indústrias desses produtos saíram do município, mas a intensificação da pecuária diminuiu o impacto na economia bonfinense resultante do declínio dessas culturas e, com isso, Senhor do Bonfim passou a ficar dependente dessa atividade primária.[9][12]

A Lei Estadual n° 5.026, de 13 de junho de 1989, desmembrou de Senhor do Bonfim o distrito de Andorinha, que foi elevado à categoria de município.[11]

Desde os anos 1990, as secas prolongadas têm causado grandes danos à economia municipal, o que permanece devido à ausência de planejamento do setor primário para a mitigação dos efeitos das secas.[12]

Geografia

A cidade está localizada no sopé sul da Serra do Gado Bravo, extensão da Chapada Diamantina, na Cordilheira do Espinhaço. Sua altitude, na região central da cidade, é de 453 metros acima do nível do mar, mas possui locais na extensão do município com altitude superior a 600 metros. Por ter localização privilegiada, é sempre verde em todos os meses do ano, sempre abastecida de frutas e verduras da região denominada "Grota", nos vales da cordilheira.

O município de Senhor do Bonfim possui uma divisão geológica-geomorfológica em três unidades principais: Gnáissica, Kinzigítica e Calcissilicática. Essa estrutura geológica contribui para a formação de duas grandes unidades de relevo: o Planalto Residual da Serra de Jacobina e o Pediplano Sertanejo. Nessas unidades de relevo, ocorrem processos de formação de solos que resultam em diferentes tipos de solos: Argissolos, Latossolos, Neossolos e Planossolos. Dentre esses, o Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico é o mais predominante, ocupando cerca de 70% da área total do município.[13]

O Latossolo Vermelho Amarelo é a classe de solo mais representativa em Senhor do Bonfim, cobrindo aproximadamente 69,88% da área do município. Esses solos são caracterizados por serem profundos, bem drenados e com textura média. No entanto, apresentam limitações de uso devido ao baixo teor de fertilidade e à baixa capacidade de retenção de água.[14]

Nos seus domínios encontram-se várias nascentes de rios, todos pertencentes à bacia do Rio Itapicuru. Existem vários açudes no município, como o Açude do Sohen, Açude do Quiçé, Açude da Boa Vista, que ajudam a minorar a falta d'água nos tempos de seca. Esses açudes represam riachos também pertencentes à bacia do rio Itapicuru.

Na área do município é possível observar vários tipos de vegetação, desde a densa mata serrana, remanescente da Mata Atlântica, até a caatinga, sendo um observatório perfeito para quem pretende contemplar ou estudar os aspectos da cobertura vegetal do Nordeste brasileiro.

Clima

O clima do município é tropical semiárido.[15]

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1977 a 2011, a menor temperatura registrada em Senhor do Bonfim foi de 13,8 °C em 9 de junho de 1997,[16] e a maior atingiu 38,2 °C em 3 de outubro de 1997.[17] O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 110,2 milímetros (mm) em 7 de fevereiro de 1991. Acumulados acima de 100 mm também ocorreram nos dias 30 de março de 2008 (103,2 mm) e 11 de janeiro de 1999 (102 mm).[18]

Economia

A base da economia do município está no setor terciário (comércio e serviços), que atrai consumidores de várias cidades próximas, a extração mineral na região, que também colabora para a movimentação financeira e, em menor escala, a agropecuária.[9]

Por causa de sua localização geográfica, sendo ponto quase obrigatório na rota entre o litoral baiano e o Vale do São Francisco, Senhor do Bonfim desenvolveu-se como importante entreposto comercial e entroncamento viário para as regiões de Jacobina, Feira de Santana e Juazeiro, estimulando um grande número de empresas e empreendimentos e atraindo novos moradores para o município. A cidade consolidou-se como o principal centro da região, polarizando outros centros menores vizinhos.[9]

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